O preço da soja disparou com a valorização do dólar e o aumento da procura no mercado internacional. A boa notícia para o agricultor se tornou motivo de preocupação para os motoristas que transportam a safra por causa dos roubos de cargas.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bandidos estão atrás da soja – que em um ano saiu de R$ 100 a saca para R$ 180.
“Dentro da quadrilha organizada existe um receptador que, provavelmente, seja uma cerealista que está esquentando essa carga roubada”, afirma o chefe do Núcleo de Fiscalização da PRF, Ricardo Salgueiro.
Em maio, foram pelo menos sete roubos a caminhões na região de Cascavel.
“Nosso ganha-pão está aqui [no caminhão], então claro que preocupa. Nós estamos em cima de uma máquina dessas, chegam e botam um revólver e você vai fazer o quê? Você tem família. É um risco que corremos”, afirma o caminhoneiro Leoni Traversini.
Éverson Roberto Bebber, gerente de um posto de combustíveis, conta que em dois meses quatro caminhoneiros foram até o local pedir ajuda.
“É uma coisa que não se vê todo dia, aliás, não se via. Agora está sendo corriqueiro, infelizmente”, afirma.
Como agem os bandidos
Segundo a polícia, os bandidos atacam em trechos de rodovias onde não há casas ou construções. Em geral, eles aproveitam as subidas para aproximar o carro em que estão e pular no caminhão.
Em poucos minutos, desconectam as mangueiras de ar que ligam a cabine à carroceria. O sistema de freios é desativado, e o caminhão é obrigado a parar.
Enquanto a carga é roubada, o motorista do caminhão é sequestrado e levado para uma área de mata. Ele só é solto horas depois, quando os bandidos já fugiram com a carga.
Investigação
Há poucos dias, uma pessoa foi presa depois de uma perseguição da Polícia Militar (PM), no trevo Cataratas, em Cascavel.
O homem é suspeito de ter roubado a carga de um caminhão que passava pelo local. A Polícia Civil está investigando o caso.
Portal Guaíra com informações do G1