A apresentação de um “passaporte sanitário” provando ter sido vacinado ou testado negativo para a Covid-19 será obrigatória na França para acesso a shoppings, teatros, cinemas e transportes.
Apesar da resistência de uma pequena parte da população, a medida levou milhares de pessoas a se vacinar para poder circular livremente no país. Já os comerciantes terão que se adaptar para fiscalizar a entrada dos clientes em seus estabelecimentos. Quem aceitar consumidores sem o comprovante vai pagar caro.
Os comerciantes ou organizadores de eventos que forem flagrados desrespeitando a exigência do passaporte sanitário para seus clientes estarão sujeitos a uma multa de até € 45 mil (mais de R$ 270 mil), além de um ano de prisão.
Além dos clientes a partir de 12 anos de idade, todos os empregados de estabelecimentos comerciais estão sujeitos à obrigatoriedade do passaporte sanitário e terão que apresentar o comprovante. O projeto de lei prevê a possibilidade de demitir um funcionário que não respeitar a norma.
A regra faz parte das anúncios feitos pelo presidente francês Emmanuel Macron na terça-feira (12). O chefe de Estado informou que a partir da próxima semana o passaporte sanitário será necessário para entrar em cinemas, teatros e locais que acolham mais de 50 pessoas.
Já a partir de agosto, o documento, que prova que seu portador foi vacinado ou que fez recentemente um teste de Covid-19 com resultado negativo, será obrigatório em cafés, restaurantes, shoppings, trens e ônibus que fazem trajetos de longa distância.
Diante da chegada das férias de verão e o medo de não ter acesso aos meios de transporte, mas também ao comércio, os anúncios de Macron provocaram uma corrida pelas vacinas. Em apenas algumas horas, após o pronunciamento do presidente, mais de um milhão de pessoas marcaram um horário para serem imunizadas.
Protestos populares e da oposição
No entanto, a oposição tem se exprimido contra as regras anunciadas pelo presidente. O presidente do partido de centro direita UDI, Jean-Christophe Lagarde, disse que a multa de € 45 mil é uma medida “muito excessiva”.
Já o secretário-geral do Partido Socialista, Olivier Faure, pediu que as restrições sejam “corrigidas”. Os líderes da extrema direita e da esquerda radical afirmam que a exigência do passaporte sanitário representa um perigo para as liberdades individuais.
Mais de 20 mil pessoas foram às ruas esta semana em protesto contra os anúncios de Emmanuel Macron. A questão do respeito das liberdades foi o mote principal dos cortejos, além da denúncia do que os manifestantes chamaram de “ditadura da vacina”, alegando que o passaporte era uma forma de obrigar toda a população a ser imunizada.
Portal Guaíra com informações do G1