Dois cirurgiões obstétricos precisaram trabalhar juntos em uma cesárea para trazer ao mundo com toda a segurança um “superbebê” na manhã de quinta-feira (29), no Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo, em Santarém, oeste do Pará.
Tales Pereira Ferreira pesou 5,660 kg e mediu 62 centímetros. O bebê é o 5º filho de Lidiane Pereira Ferreira. Ela já é mãe de outras quatro crianças e segundo ela, os outros filhos nasceram com peso entre 4 e 5 quilos, todos de parto normal.
Lidiane fez apenas dois meses pré-natal na quinta gestação e nem imaginava que o bebê pudesse ter crescido tanto dentro do ventre, apesar do quarto filho, o Gabriel, ter pesado 5 kg.
“Descobri que estava grávida aos 7 meses. Eu era uma gorda normal e a barriga da gestação não aparecia. Eu não tinha enjoo e estava menstruando todos os meses. Quando fui no posto de saúde e fazer um exame veio a primeira surpresa: eu estava grávida. Já comecei o pré-natal dos 8 para os 9 meses, mesmo assim eu continuava menstruando. Tales era um bebê que não mexia muito, não chutava. A barriga só apareceu depois que eu descobri que estava grávida”, contou Lidiane.
Foi só após dar entrada no Hospital Municipal, já em trabalho de parto, que Lidiane soube que o bebê estava com peso acima da média e que um parto normal seria arriscado.
“Eu nunca imaginei que iria ter um bebê tão grandão como o Tales. Só no hospital eu soube que o bebê era muito grande e que um parto normal poderia ter complicações. Então o médico perguntou se eu aceitaria fazer a cesárea e eu aceitei, pra não ter risco pra mim e nem para o bebê. Eu olho pra ele e acho lindo, mas a ficha parece que ainda não caiu. É um bebê enorme”, disse Lidiane.
De acordo com a médica obstetra Leiliane Almeida, Tales é o que obstetrícia chama de bebê macrossômico, ou seja, acima da curva em relação ao peso, considerando a idade gestacional. A gestação de Lidiane, mãe de Tales, já estava com 40 semanas e 1 dia. Quando nasce um bebê macrossômico, os cuidados devem ser redobrados em razão de riscos devido ao peso elevado.
Ainda de acordo com a obstetra, o primeiro risco é fazer desconforto respiratório e o segundo é a hipoglicemia. Quando a mãe tem diabetes gestacional, por exemplo, o bebê recebe alta carga de glicose e quando o cordão umbilical é cortado essa transferência cessa, o que pode causar uma hipoglicemia que é a queda acentuada de açúcar no sangue.
“Como a mãe não tinha feito o pré-natal completo, a gente aguarda resultados de exames para que bebê e mãe recebam alta. O bebê está sendo monitorado para que não venha a ter hipoglicemia. Foi tudo bem no parto, mas foi um susto também para toda a equipe e todo um cuidado por se tratar de um bebê assim, tão grandinho”, explicou a obstetra Leiliane Almeida.
Em geral, seis profissionais de saúde, incluindo um médico cirurgião trabalham durante a realização de um parto cesáreo. Mas no caso de Lidiane, foram dois cirurgiões, uma pediatra, um médico residente da obstetrícia, um médico residente da pediatria, um anestesista, um enfermeiro e um técnico de enfermagem.
A cesárea que durou cerca de 1h30 foi considerada um sucesso por toda a equipe envolvida. Mãe e bebê passam bem e devem receber alta neste sábado (02).
O enxoval de recém que havia sido comprado pela mãe para Tales não serviu no bebê que já nasceu usando roupinhas para bebês de 3 meses. Tales é de fato um “superbebê”.
Portal Guaíra com informações do G1