“Eles vieram passar com a família o fim de ano, na verdade, a Deisy tinha perdido uma irmã, que faleceu praticamente uma semana atrás. Ela veio dar assistência para a família”.
A informação foi dada ao MG1 nesta terça-feira (11) por José Geraldo Soares, primo de Deisy Lúcia Cardoso Alexandrino dos Santos, de 40 anos, que morreu soterrada por um deslizamento de encosta dentro do condomínio Retiro do Chalé, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no último sábado (8).
Ela estava no carro com o marido, dois filhos e um primo, voltando das férias em família, quando aconteceu o acidente. Todos morreram.
Os corpos das cinco pessoas foram localizados pelos bombeiros entre segunda e a madrugada desta terça (11) e já foram computados no boletim da Defesa Civil estadual como vítimas das chuvas no estado.
Outra prima do casal, Cibele Batalha contou ao g1 Minas, nesta terça, que Deisy e Henrique e seus filhos Ana e Vitor passaram as festas de fim de ano com familiares, na cidade de Paula Cândido, na Zona da Mata mineira, onde a família será sepultada na manhã de quarta-feira (12).
“Está muito difícil para toda família. Deisy, Henrique e os meninos vieram também para consolar os familiares. Ela era uma pessoa muito querida, professora dedicada”, lembra Cibele.
A família morava em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Deisy era doutora e professora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Ela atuou por seis anos na universidade.
Veja nota da instituição na íntegra abaixo:
“É com pesar que a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) comunica o falecimento da Profª Drª Deisy Lúcia Cardoso Alexandrino Santos, de 40 anos, que atuou por seis anos da Unidade de Aquidauana da UEMS.
Ela e sua família foram vítimas de um trágico acidente no sábado (08/01) em Brumadinho, Minas Gerais, em que o carro em que estavam foi soterrado após um deslizamento da encosta da Serra da Moeda. Além dela faleceram também o marido Henrique Alexandrino dos Santos, de 41 anos, e os filhos, Vitor e Ana, de 6 e 3 anos, respectivamente. Também morreu Geovane Vieira Ferreira, 42 anos, um familiar que estava conduzindo o carro.
“A professora Deisy deixa seu legado na UEMS, embora tenha atuado por apenas quase seis anos, demonstrou ser uma profissional de altíssimo nível, e uma pessoa capaz de colaborar com o crescimento coletivo. A família que conhecemos do curso de Agronomia de Aquidauana lamenta estas perdas, e eleva aos familiares e amigos nosso profundo pesar”, homenageia o curso em que ela era docente.
A gerência da Unidade de Aquidauana também registra que todos se encontram consternados com a triste notícia desta tragédia terrível com a nossa professora Deisy e familiares. “A professora Deisy, apesar de sua história ser recente na UEMS, deixa um enorme legado marcado pela sua capacidade técnica e compromisso no exercício das suas atividades. O momento é de profunda tristeza para todos nós”, disse o prof. Dr. Elói Panachuki, gerente da UEMS”.
Corpos liberados pelo IML
A Polícia Civil informou na tarde desta terça-feira (11), que concluiu os exames de necropsia no Instituto Médico-Legal Dr. André Roquete, em BH, dos corpos das cinco vítimas.
“Os corpos estão liberados aos familiares. A Polícia Civil de Minas Gerais, com os trabalhos de Polícia Técnico-Científica, segue apurando as circunstâncias dos fatos”.
Família desviou de transbordamento de dique
De acordo com Cibele, a família estava desaparecida desde sábado (8). Eles saíram da cidade de Paula Cândido, na Zona da Mata mineira, em direção ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.
Por volta das 13h30, Deisy ligou para familiares avisando que iria passar por outro caminho devido à interdição da BR-040, mas não informaram o trajeto.
Foi a última vez que os parentes tiveram notícia deles.
Às 15h, uma câmera do pedágio da Via 040, em Itabirito, flagrou o carro deles enquanto passava na rodovia.
Cibele contou que “a todo momento” acreditava que eles poderiam ter ficado ilhados”.
“A todo momento a gente achava que eles poderiam ter ficado ilhados, até abrigados em uma casa, em algum lugar que tivesse sem sinal. A gente sempre pensa num acidente, mas a gente achava que talvez eles estivessem seguros, mas infelizmente não foi isso”, lamentou Cibele.
O acidente e as buscas
O carro foi arrastado pela lama por cerca de 400 metros e foi “completamente destruído”. Com o impacto, a menina de 3 anos foi arremessada para fora do veículo.
A Polícia Militar, a perícia da Polícia Civil e 10 militares do Corpo de Bombeiros participaram das buscas. Uma retroescavadeira esteve no local para agilizar os trabalhos. Parte do carro da família foi encontrada por volta de 18h.
Vários trechos da Avenida Nair Martins Drumond, por onde a família passava, que dá acesso ao condomínio estavam interditados às 19h e permaneciam na tarde desta terça (11).
Portal Guaíra com informações do G1