Adriano contou que o irmão respondia a um processo pela lei Maria da Penha, mas que nunca imaginou que o suspeito poderia matar alguém da maneira violenta como aconteceu
Adriano Grubel, irmão de Everton Grubel, preso suspeito de matar o próprio pai, Valter Miranda, conversou com a equipe da RICtv e falou sobre o histórico de agressões do caçula da família. Com 23 anos, Everton trabalhava com o pai em uma casa de carnes assadas em Araucária e, de acordo com familiares, recebia muito apoio do genitor. Adriano contou, porém, que Everton sempre foi “frio” e que já tinha ameaçado e mãe e a irmã de morte.
Ainda, Adriano contou que o irmão respondia a um processo pela lei Maria da Penha, mas que nunca imaginou que o suspeito poderia matar alguém da maneira violenta como aconteceu.
“Ele sempre foi um rapaz frio, não tinha amor às pessoas, ele já tem um histórico de ameaças na minha família, da minha mãe. Ele já tem boletins de ocorrência, inclusive ele estava respondendo a um processo pela lei Maria da Penha por agressões. Ele já tinha jurado a minha mãe e a minha irmã de morte. Então o histórico dele de agressões já vem de muito tempo, mas a gente nunca achou que ia chegar a esse ponto de ele tirar a vida do próprio pai e de maneira tão fria e tranquilo como ele fez. O pai andando no mercado como se fosse um animal e ele andando atrás, andando, tipo assim, ‘cara, eu vou te pegar’”, explicou Adriano.
O irmão disse que o pai sempre defendeu Everton e que testemunhas do crime contaram que Valter, agonizando, teria implorado para que Deus perdoasse o filho. “O pessoal que testemunhou tudo lá disse que o pai estava implorando a Deus para que perdoasse ele, que perdoasse o filho”, disse Adriano.
“Não tem resposta, não tem explicação para tamanha crueldade. Eu te garanto, se ele sair, pode esperar mais uma tragédia aí, porque há a chance de ele ir atrás da minha irmã, da minha mãe ou até de mim. Então que a Justiça seja feita para que não seja mais uma reportagem, não seja mais um de nós”, desabafou o irmão.
Depoimento de Everton
A RICtv também teve acesso ao depoimento do suspeito. À polícia, Everton confessou que esfaqueou o pai várias vezes e disse que pegou o facão usado no crime para se defender. “Na hora do crime ele estava com dois garfos. Ele veio para cima de mim com o garfo e eu peguei o facão para me defender. Só que na hora que ele veio com o garfo para cima de mim, eu peguei o facão e fui pra cima dele. E ele saiu correndo. Nisso que ele saiu correndo, ele caiu na rua e eu fui pra cima dele. Depois ele foi pro mercado, onde aconteceu tudo aquilo que está no vídeo”, disse.
O vídeo mostra Everton perseguindo o pai que, cambaleando, tenta se afastar e se proteger, sem sucesso. Nas imagens, é possível ver que outras pessoas pedem para que o suspeito pare de golpear o pai, mas ele segue com os ferimentos.
Ao ser questionado se fazia uso de algum remédio, Everton disse à polícia que fazia tratamento com antidepressivos e antipsicóticos. A família do suspeito, no entanto, negou a informação e disse que ele apenas tomava remédio para dormir, pois sofria de insônia.
Sobre a motivação do crime, Everton argumentou que tinha ressentimentos com o pai desde a infância e afirmou que cresceu vendo Valter bater na mãe, de quem atualmente era separado. A mulher também negou que era agredida pelo ex-marido.
“São vários fatores, desde a infância. Ele batia na minha mãe, eu cresci vendo ele batendo na minha mãe. Espancando a minha mãe, tirando sangue da minha mãe, enchendo ela de ponto no hospital. Ele sempre me levou para as más influências, me apresentou pessoas de má índole, pessoas que me levaram para o caminho errado. O que acabou me prejudicando em fatores do passado”, finalizou ele.
Portal Guaíra com informações da RicTv