Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, foram encaminhados até a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij) após terem sido flagrados assaltando “de brincadeira” pessoas em Campo Grande. Um simulava o “crime” enquanto o outro filmava para postar no TikTok. Em seguida, revelavam a brincadeira à vítima e devolviam o que tinha sido tomado. O caso foi divulgado na sexta-feira (6) pela polícia.
Segundo a delegada Daniela Kades de Oliveira Garcia, responsável pela Deaij, os meninos chegaram a usar uma arma de brinquedo para poder abordar as vítimas. Ainda conforme a polícia, os adolescentes conseguiram gravar e postar 3 “assaltos”, voltando sempre no final para contar às vítimas que tudo não passava de uma brincadeira.
“No terceiro vídeo, eles abordaram uma moça que estava na fila de uma lotérica e pediram o celular dela. Esse menino se aproximou de capuz, com o simulacro de arma em punho, chegou nas costas da vítima e falou pra ela passar o celular. Porém, quando quando ele fez isso, estava chegando um policial militar de folga presenciou tudo e abordou o jovem. Nisso, o outro que estava filmando saiu correndo”, explica a delegada.
Ainda conforme a delegada, durante a abordagem do policial, o segundo adolescente, responsável por filmar, retornou e se apresentou. “Disse que se tratava de uma brincadeira”, afirmou Daniela.
Os dois meninos e a vítima foram levados à delegacia para esclarecimento. No local, a delegada chegou a questionar o motivo da gravação. “Eles me mostraram os outros dois vídeos que eles já tinham postado e que falaram que, de fato, era uma brincadeira”, afirma.
Na delegacia, os dois adolescentes foram orientados sobre o perigo que estavam correndo com a “brincadeira” e que poderiam até perder as próprias vidas.
“Se eles estivessem virado a arma em punho para o policial, eles poderiam ter sofrido um disparo. Se eles abordassem alguém com porte de arma, eles poderiam ter morrido, ou sofrido alguma lesão”, explica a delegada.
Ao entender que tudo não se passava de uma brincadeira, a delegada relatou o ocorrido ao juiz e entregou os menores aos responsáveis. O caso ocorreu em janeiro de 2022 e foi arquivado, assim como os vídeos deletados das redes sociais.
Portal Guaíra com informações do G1