A manhã de quarta-feira (29) começou de forma “inusitada” para o diretor da Escola Estadual Carlos Gomes, em Ubiratã, no centro-oeste do Paraná, Claudio Roberto Lopes Zen.
Ele preparava materiais para uma reunião com pais dos estudantes da escola quando foi acionado por alunas e funcionários da escola para se dirigir ao banheiro feminino. Ao entrar no local, Zen ficou surpreso: uma adolescente de 16 anos estava em trabalho de parto.
“Foi bem inusitado. Vim correndo, cheguei ali e perguntei como ela estava. Ela tinha abaixado a calça e colocado uma toalha para se cobrir. Ajudamos (diretor e outras estudantes) ela a tirar a roupa e deitar mais confortável porque ela me disse que não conseguia levantar porque estava com muita dor. Chamamos o Samu, mas o parto já estava para acontecer”, explicou o diretor.
Enquanto eles auxiliavam a adolescente a deitar de forma mais confortável, o diretor conta que a toalha que cobria ela caiu e neste momento ele percebeu que o bebê já estava “coroando”.
“O pano que cobria ela caiu e vi que o bebê já estava coroando, cabeça já estava quase toda pra fora. Falei para ela ter calma. As outras meninas já foram buscar álcool, tesoura barbante. Foi questão de segundos. Eu disse pra ela fazer força e a cabeça saiu, fez novamente e o bebê saiu todo”, contou emocionado o diretor.
Tudo aconteceu em aproximadamente cinco minutos, segundo o relato de Zen.
Ele que atua há mais de três décadas na rede pública de educação conta que nunca viu nada parecido. “Já vi muita coisa errada nesse anos, de brigas, coisas tristes. Mas uma coisa boa dessas, eu nunca tinha vivido”, relatou.
Atendimento pós-parto
Após o nascimento do bebê, Zen relata que, com a ajuda de funcionárias e alunas da escola, ele amarrou o cordão umbilical. Depois, verificou se havia secreção na boca da bebê. O diretor contou que os únicos partos que presenciou na vida foram os dos filhos dele, mas que ambos foram cesárea.
“Amarrei o cordão umbilical, coisas que a gente aprende nos livros, mas não na prática. […] A criança nasceu chorando, ai já verifiquei se na boquinha dela tinha alguma secreção e tal, mas estava bem limpinha. Mantive ela de barriguinha para baixo”, relatou emocionado o educador.
Após os procedimentos, a adolescente permaneceu deitada e ele com o bebê no colo até a chegada dos bombeiros.
A adolescente e a bebê – que nasceu com 2,9 quilos – foram conduzidas a uma unidade hospitalar da cidade e passam bem.
Conforme Zen, o pai da criança é também um adolescente de 16 anos que estuda na escola.
Nem os pais dos adolescentes, nem os educadores sabiam que a adolescente estava grávida, segundo o diretor.
Portal Guaíra com informações do G1