Um pastor evangélico de 53 anos foi condenado a 40 anos e 20 dias de prisão em regime fechado pelo abuso de nove fiéis, sendo oito mulheres e um homem. Ele recebeu pena por violação sexual mediante fraude por 13 vezes, segundo sentença da 2ª Vara Criminal de Tubarão, no Sul de Santa Catarina.
A decisão judicial foi divulgada na quarta-feira (12). O nome do pastor não foi divulgado. O processo está em segredo de Justiça. Cabe recurso.
Das nove vítimas, duas das mulheres eram adolescentes na época dos abusos. De acordo com a denúncia, o réu se utilizava de orações individuais com os fiéis e “praticava os atos sob o pretexto de ser uma forma de oração”.
O pastor está preso preventivamente desde 4 de novembro no Presídio Masculino de Tubarão e foi negado a ele o direito de recorrer em liberdade.
“A tendência concreta é que, prontamente solto, retorne à atividade religiosa, propiciando-lhe novamente os meios para a prática criminosa. E a reiteração das práticas que ficou evidenciada neste caso dá elementos concretos para concluir que, em liberdade, há risco de ele retomá-las”, escreveu o juízo na sentença.
Além da prisão, o réu precisará indenizar cada uma das vítimas por danos morais em R$ 7 mil. Uma delas, como suportou abusos por cinco vezes, terá direito a R$ 15 mil. No total, as indenizações somam R$ 71 mil.
Mesmo com a repercussão dos crimes, houve, no decorrer do processo, segundo o Judiciário, quem defendesse o acusado, inclusive a própria igreja. Ficou evidenciada no processo a extrema sujeição dos fiéis ao réu, inclusive de algumas das vítimas.
Denúncia
A conduta criminosa do pastor ocorreu entre 2011 e 2021, de acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O pastor tinha como hábito fazer oração em conjunto e depois pedia para a vítima ficar sozinha em uma sala isolada para “oração individual”. Era nesse momento que praticava o abuso, de acordo com a investigação.
O MPSC apontou que os crimes ocorriam na casa das vítimas ou na própria igreja onde o acusado era pastor. Um dos abusos foi em um salão de beleza.
Conforme a denúncia, o homem teria se aproveitado de problemas pessoais como desentendimentos familiares, conflitos conjugais, desejo de engravidar, entre outras situações para impor os atos libidinosos, que auxiliariam na resolução dos problemas.
Portal Guaíra com informações do G1