Em mensagens trocadas com uma amiga, o brasileiro Anderson Barbosa admitiu ter assassinado a esposa, Manami Aramaki, 29 anos, mas negou ter matado a filha Lily, de 3 anos. Elas morreram em Osaka, no Japão, em agosto de 2022, e Barbosa é acusado de matá-las.
As mensagens estão no inquérito da Polícia Federal (PF) e foram usadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na denúncia por duplo homicídio qualificado contra Barbosa.
Segundo a polícia japonesa, as vítimas foram mortas com golpes de faca durante o café da manhã na casa onde moravam. Barbosa fugiu para o Brasil e foi preso em julho, em São Paulo (SP), após quase um ano foragido.
Na conversa, o brasileiro disse:
“Eu não matei a minha filha, somente a minha esposa. Ela tirou a vida da minha filha. Não teve outra alternativa.”
De acordo com a PF, entretanto, não há indícios de que a mãe tenha matado a filha.
Anderson Barbosa é natural de Londrina, norte do Paraná. A defesa dele considerou a acusação “injusta e excessiva”.
Preso não falou sobre o crime em depoimento
Apesar da mensagem, Anderson preferiu não revelar detalhes dos crimes que é acusado no primeiro depoimento dado à Justiça Federal. Ele foi ouvido em audiência de custódia pouco após ser preso. A RPC teve acesso ao depoimento dele.
Na mesma audiência, ficou definida a manutenção da prisão preventiva dele. Depois de ser detido em SP, ele foi levado até o Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
No depoimento, Anderson apenas explicou as circunstâncias em que vivia no Brasil, após as mortes.
“Eu estava saindo com uma pessoa de 87 anos que estava cuidando e com uma outra pessoa que estou conhecendo há aproximadamente 4 meses, pode-se dizer que é minha namorada. A gente chamou um motorista de aplicativo e, nesse momento, chegou a polícia. Os policiais apontaram a arma para todo mundo.”
Conforme apurou a RPC, a PF vai agendar um novo depoimento para que Barbosa fale especificamente sobre o que aconteceu no dia dos crimes.
O caso
As vítimas foram achadas mortas, com sinais de facadas, dentro do apartamento da família no dia 24 de agosto, conforme divulgado pelas autoridades japonesas.
Na época, o advogado de Barbosa disse que o homem encontrou a esposa e a filha mortas após chegar do trabalho e fugiu do Japão por medo.
De acordo com a imprensa japonesa, dias antes da morte da esposa e da filha, Anderson pediu dispensa de duas semanas do trabalho. Desde então, ele não foi mais visto.
Em novembro de 2022, a polícia japonesa cumpriu agenda no Brasil para discutir investigação. Na ocasião, Barbosa ainda não tinha sido preso e era procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
Portal Guaíra com informações do G1