A jovem que sobreviveu ao ataque a facadas que deixou duas pessoas mortas em Londrina, norte do estado, contou à Polícia Civil que o suspeito do crime disse que os amigos dela “estavam no lugar errado, na hora errada”.
A declaração da sobrevivente foi dada em depoimento ao delegado de Homicídios, João Reis, que apura o caso.
Segundo a polícia, o suspeito invadiu uma casa no Jardim Jamaica, na zona oeste da cidade, na manhã de domingo (3), e matou Júlia Beatriz Garbossi Silva, 23 anos, e Daniel Takashi, 22 anos, namorado da jovem que sobreviveu.
Os três dormiam na residência quando foram esfaqueados pelo suspeito, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi encaminhado para o Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Em nota, a defesa do suspeito disse que o jovem, que tem 23 anos, teve “uma crise de esquizofrenia”. A defesa deve pedir um incidente de insanidade mental para determinar se é semi-imputável ou inimputável.
‘Seus amigos morreram, né?’
No depoimento a que a RPC Londrina teve acesso, a jovem explicou que acordou com o homem em cima dela, dando golpes de faca. Inicialmente, achou que estava tendo paralisia do sono.
“Veio pra cima de mim no sofá, eu só dizia: ‘Pelo amor de Deus, eu tenho família. Pedi pelo amor de Deus para não me matar. Ele falou: ‘Seus amigos morreram, né? Eu não tinha nada contra eles, só estavam no lugar errado, na hora errada. Eu só tinha vindo conversar com você”.
Vítima teve que convencer suspeito
Após as facadas, a jovem disse que foi amarrada e algemada pelo suspeito. Ele, segundo o depoimento dela, afirmou que não queria ter matado os jovens. A vítima então insistiu com o agressor que deveria ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sabará.
“Eu falei que ia morrer. Ele disse que ia fazer um curativo em mim para continuar conversando. Amarrou a minha mão com uma corda […] Ele falava ‘se você tentar fugir, eu vou te matar’.”
Segundo a jovem, o agressor mentiu aos médicos, dizendo que os dois haviam sido vítimas de roubo.
A sobrevivente contou a história verdadeira aos funcionários, da UPA que então chamaram a Polícia Militar. Com o suspeito, os policiais encontraram uma faca e um canivete.
Stalker
A jovem relatou à polícia que era perseguida pelo agressor nas redes sociais. Dias antes do crime, ele teria criado perfis fakes para tentar se aproximar. De acordo com o delegado João Reis, os dois se conheciam porque haviam trabalhado no mesmo lugar.
À polícia, a sobrevivente disse ainda que o suspeito demonstrou interesse em ter um relacionamento amoroso com ela, o que foi negado. O inquérito policial, segundo Reis, deve ser concluído até a semana que vem.
Portal Guaíra com informações do G1