A decisão da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência de usar os canais oficiais para ironizar a operação da Polícia Federal (PF) contra Carlos Bolsonaro foi mal recebida por líderes petistas e deixou o ministro da Secom, Paulo Pimenta, isolado na defesa dessa estratégia.
Essa é a avaliação feita sob reserva por um alto integrante da direção nacional do PT ouvido pela CNN, para quem a Secom fez um “ataque desnecessário e desmedido, que apenas dá munição ao adversário”.
A estratégia foi descrita nos bastidores como um “tiro no pé”.
“É algo absolutamente desnecessário, que só ajuda ao Bolsonaro”, afirmou a fonte.
A postagem com a frase “toc, toc, toc” veio numa referência velada à operação de busca e apreensão contra o filho de Bolsonaro, fazendo um paralelo com a campanha do governo federal para prevenção e combate à dengue.
Diante das críticas, Paulo Pimenta veio a público para defender a estratégia.
“É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar. É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem”, escreveu o ministro no X, antigo Twitter. “A mensagem principal é a dengue, o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento.”
A repercussão negativa da postagem original e da reação do ministro geraram críticas também no Palácio do Planalto, segundo um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas, apesar do desgaste, a avaliação é que a crise não tem capacidade de alimentar nos bastidores eventuais pressões por uma troca de comando na comunicação do governo.
Portal Guaíra com informações da CNN