O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto liberando o pagamento de R$ 20,5 bilhões em emendas parlamentares após o encontro com lideranças partidárias e com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) para estancar crise entre o Executivo e o Legislativo. O montante, bem como o cronograma de liberação, já estava previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária), mas Lula havia vetado o trecho alegando ferimento à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Serão R$ 12,5 bilhões em emendas individuais, R$ 4,3 bilhões em emendas de bancada e R$ 3,7 bilhões em emendas de comissão. A liberação ainda no primeiro semestre era uma demanda dos parlamentares em razão das eleições municipais, já que a legislação eleitoral impede a transferência de recursos do tipo a partir de 30 de junho.
Há, ainda, o compromisso de que os repasses sejam feitos mês a mês, o que evita, por parte do governo, represar as verbas e liberá-las apenas de acordo com interesses específicos.
Em 2024 a previsão total de liberação de emendas é de R$ 44,7 bilhões, sendo R$ 25,1 bilhões para emendas individuais, R$ 11 bilhões para emendas de comissão e R$ 8,6 bilhões para emendas de bancada.
O movimento de Lula vem com o objetivo de fortalecer a base no Congresso e garantir aprovação de pautas importantes. A equipe econômica trabalha para obter aval do Parlamento a propostas que auxiliem na arrecadação e no cumprimento da meta fiscal de déficit zero.
A pauta do governo na Câmara inclui análise de vetos, além dos temas previstos na Medida Provisória 1202/2023: a reoneração da folha de pagamento, o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a limitação das compensações tributárias a empresas por meio de decisões judiciais.
Encontro
O presidente da República promoveu um happy hour para Lira e líderes partidários nesta quinta-feira (22). O encontro foi uma sugestão dada por Lira antes do Carnaval como um meio de ajudar no relacionamento e facilitar negociações de matérias junto ao Congresso.
Participam do jantar Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República).
Lula também pretende conversar nos próximos dias com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Entre os temas, está a análise dos vetos presidenciais que serão colocados em pauta nas sessões do Congresso no primeiro semestre do ano. No entanto, a reunião ainda não foi agendada devido à falta de compatibilidade de agendas.
Portal Guaíra com informações do R7