O ministro Rui Costa, da Casa Civil, afirmou na quarta-feira (27), que os integrantes do governo devem “defender o governo”, e isso não significa defender a pessoa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quem compõe esse bloco de governança, tenha um grau de alinhamento e de discussões internas ao governo e que eventualmente busque unificar posições com o governo, porque se não você compõe o governo, tem ministérios e eventualmente está votando sempre contra o governo, então foi essa a observação que o presidente fez”, disse Rui Costa durante o programa Bom dia, Ministro.
A declaração foi dada após Lula cobrar fidelidade do alto escalão do governo durante a reunião ministerial que ocorreu em Brasília na tarde de terça-feira (26). Segundo a analista da CNN Julliana Lopes, o recado foi dados aos ministros do Centrão.
O presidente chegou a relatar incomodo pelo fato de seus ministros não terem defendido a gestão durante o evento de lançamento da federação União Progressista, na semana passada.
“Quem está no governo tem que se posicionar sempre defendendo não o presidente Lula, mas o governo. É como se tem uma família, você faz parte de uma família, alguém critica duramente sua família e você fica calado, sem fazer nada? Então, é preciso responder às críticas se você acredita naquilo que está fazendo”, completou Costa.
Lançada no dia 19 de agosto, a superfederação composta por União Brasil e PP tem demonstrado uma aproximação com a oposição, incluindo Jair Bolsonaro (PL). Como mostrou a CNN, os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes) admitiram, após a reunião ministerial, que erraram ao não terem pedido a palavra para defender o governo durante o evento.
Ao longo do encontro, Lula ainda pediu que os ministros foquem nos anúncios já feitos pelo governo e que mostrem entregas concretas da população, além de ressaltar as diferenças entre a atual gestão e o governo Bolsonaro.
Minutos antes da reunião ser fechada, o presidente discursou publicamente e falou sobre o imbróglio com os Estados Unidos, que taxaram em 50% alguns produtos brasileiros no início do mês. Para Lula, é importante que os ministros “façam questão de retratar a soberania desse país”.
“Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo e petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia”, acrescentou o presidente.
Portal Guaíra com informações da CNN