Diversas regiões do Brasil estão enfrentando as consequências de um período prolongado de estiagem. A preocupação das autoridades é que esse cenário possa se intensificar com a chegada do fenômeno climático La Niña no segundo semestre de 2024.
Impacto nas Hidrelétricas
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o volume de água afluente em importantes reservatórios de hidrelétricas vem diminuindo gradualmente. Por exemplo, em janeiro de 2023, a usina de Furnas registrou uma entrada de cerca de 3 mil m³ por segundo, enquanto em janeiro de 2024 esse número caiu para pouco mais de 800 m³ por segundo.
Situação semelhante ocorre em outras usinas, como Água Vermelha e Porto Primavera, cujos níveis de entrada de água estão inferiores aos do ano passado. Embora os reservatórios ainda operem com níveis adequados, a tendência de queda preocupa as autoridades.
Risco de crise energética
A Agência Nacional de Águas (ANA) e o ONS monitoram esses indicadores para evitar uma possível crise hídrica, como a que levou à contratação emergencial de termoelétricas e à criação da “bandeira de escassez hídrica” em 2021, elevando os custos da energia.
De acordo com Pedro Côrtes, analista de clima e meio ambiente da CNN Brasil, a chegada do La Niña pode agravar ainda mais a situação de seca em algumas regiões. “Se o La Niña se estender, efetivamente a gente pode ter uma reprodução da crise hídrica dos últimos anos”, alertou.
Apesar dos sinais de alerta, Côrtes ressaltou que ainda é cedo para prever a intensidade do fenômeno La Niña, destacando a importância de acompanhar seu desenvolvimento nos próximos meses.
Portal Guaíra com informações da CNN