O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, concedeu uma entrevista exclusiva à Jovem Pan na sexta-feira, 27, e falou sobre o momento político vivido após o segundo turno das eleições presidenciais, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o político, alguns pedidos foram realizados para que o mandatário intervisse e não permitisse que o petista assumisse o comando do país. “Sempre chegavam documentos a mim, pedidos pessoais. Após o segundo turno, me cercavam e perguntavam: ‘Vão deixar o Lula assumir?’ e eu respondia que o partido estava estudando. Uma advogada me parou no aeroporto, uma vez, e me entregou um envelope com uma proposta para usar o [artigo] 142 [da Constituição Federal]. Uma proposta para impedir a posse do Lula. Isso era normal. Mandavam no partido, para todo lugar. Fora o pessoal que me cobrava pessoalmente. Eles tinham a esperança de que o [ex-presidente Jair] Bolsonaro não deixasse o Lula assumir”, disse Valdemar após ressaltar que o agora ex-presidente e candidato derrotado nas urnas “não tinha o que fazer”, já que se tratava de um ato ilegal. “Por isso que o Bolsonaro não fez. Eu tive o cuidado de, sempre quando via um documento desse, de triturar, de não guardar. Tocamos a vida para frente”, pontuou após traçar um paralelo com a minuta encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.
Em seguida, o líder partidário informou que a volta do ex-presidente Bolsonaro dos Estados Unidos está prevista para acontecer nos próximos dias e que o antigo comandante do Planalto manifestou preocupação em voltar ao Brasil e “mostrar que ele teve um papel decente com todos”. “Ele não falou com a base como ele gostaria de ter falado, porque ele tava abatido. Ele vai voltar à política e vai dar bons frutos ao país”, analisou.
Segundo o presidente da sigla liberal, tanto Jair quanto Michelle Bolsonaro, que deverá presidir o PL Mulher, estão nos planos da legenda para desempenharem funções similares de fala com o eleitorado brasileiro e captação de novas lideranças partidárias. “Ela trabalhará para trazer mulheres para o partido, fazendo palestras. Ela se mostrou competente para isso. Do Bolsonaro, será a mesma coisa também, a parte política. Não tenha dúvida que ele será convidado a debates, que ele vai influenciar a nossa bancada”, ressaltou.
Ao comentar sobre o governo federal, Costa Neto disse que não fará oposição a Lula, mas sim ao governo federal e em pautas que não estão de acordo com os propósitos da sigla. “Nós temos que fazer uma oposição ao governo federal, não ao Lula, marcar corpo a corpo as atitudes do governo. O que for de interesse público, estaremos juntos. O que não for, estaremos contrário”, analisou. Por fim, Valdemar disse que Lula está “brigando com todo mundo” e “reclamar” ou ser “raivoso” não ajudará o país. “Vamos tocar a vida para frente”, pediu.
Portal Guaíra com informações da Jovem Pan