O fluxo de água das Caratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, registrou a segunda maior vazão de água desde que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) iniciou a medição.
Em 2014, foram mais de 47 milhões de litros por segundo. Na quinta-feira (13), a vazão chegou a 16,5 milhões às 6 horas da manhã. A vazão considerada normal é de 1,5 milhão de litros por segundo.
Conforme a engenheira de Recursos Hídricos da Copel, Cassia Silmara Aver Paranhos, os valores de vazão são estimados de acordo com monitores instalados ao longo do leito do Rio Iguaçu, que nasce em Curitiba e segue no sentido leste/oeste do Paraná.
Ela explicou que, para a medição nas Cataratas, há um sensor instalado próximo às quedas que monitora a vazão 24 horas por dia e está disponível para a população na internet.
“Em cada um desses pontos de monitoramento, a Copel tem uma estação automática, e ele tem um sensor que fornece o nível do rio em cada um desses pontos”, explicou Cassia.
A partir dos dados obtidos, a engenheira explicou que é usada a chamada “curva de descarga”. O termo se refere a medições de vazões feitas anteriormente. A partir dos dados obtidos no momento, é possível estimar a vazão através de cálculos comparativos.
“Eles captam o nível da água. Esse nível em cada um desses pontos de monitoramento que ficam, um na margem do rio e um que fica submerso. A partir da coluna de água que está acima dele [parte do equipamento submerso], ele consegue me fornecer o nível do rio”, explicou a engenheira.
A “coluna de água” citada por Cassia é a água que fica acima do sensor que fica submerso. Os equipamentos medem a pressão exercida pela água nos equipamentos, através do “peso” da água.
“Esse peso é convertido em centímetros ou metros, e temos uma referência para transformar em vazão”, explicou a engenheira.
Conforme a Copel, o pior período de seca nas quedas d’água ocorreu em maio de 1978. À época, a vazão foi de 114 mil litros de água por segundo.
As medições de vazão são feitas desde 1949, mas neste período a vazão era medida por outros órgãos, segundo a companhia.
Conforme a Copel, o grande volume de chuvas no decorrer da bacia do Rio Iguaçu é um dos fatores que ajudam a entender o grande fluxo, especialmente as chuvas nas regiões oeste e sudoeste do estado, registradas desde a segunda-feira (10).
Além disso, a Copel afirmou que os reservatórios das seis usinas hidrelétricas instaladas ao longo do Rio Iguaçu estão com o armazenamento de água próximo da capacidade máxima.
Chuvas no oeste e sudoeste do Paraná
Conforme a Defesa Civil, 24 cidades do oeste e sudoeste do Paraná foram afetas por temporais, enxurradas e alagamentos. Equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros trabalharam na quarta-feira (12) nas cidades para minimizar os impactos.
Cerca de 4,4 mil pessoas foram diretamente afetadas, pelo menos 455 casas foram danificadas, 151 pessoas estão desabrigadas e 1,2 mil desalojadas. Uma criança também está desaparecida, em Pato Branco.
Cataratas do Iguaçu
Conforme o Parque Nacional do Iguaçu, são catalogados 275 saltos, o que dá às Cataratas o título de maior conjunto de quedas d’água do mundo. Além disso, elas são consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza.
80% das cachoeiras estão no lado argentino do parque, e os 20% restantes estão no lado brasileiro.
As Cataratas do Iguaçu foram eleitas neste ano como a sétima principal atração turística do mundo pelo “Travelers’ Choice 2022 – Best of the Best”, do site de viagens TripAdvisor.
Portal Guaíra com informações do G1