O francês Damien Tarel, que admitiu no tribunal ter batido no rosto do presidente Emmanuel Macron há dois dias, foi condenado nesta quinta-feira (10) a quatro meses de prisão em regime fechado. Ele compareceu a uma audiência de julgamento imediato no Tribunal de Valence (sudeste), ao término de 48 horas de custódia. “Esta sentença pune um desrespeito intolerável à instituição”, disse o promotor Alex Perrin.
Este tapa, “absolutamente inadmissível”, é um “ato de violência deliberada”, afirmou o representante do Ministério Público de Valence, diante do homem de 28 anos. Perrin solicitou um mandado de detenção contra Damien Tarel, preocupado com um possível risco de reincidência.
“Esta decisão será observada, examinada” e terá até “impacto na mídia internacional”, afirmou o promotor diante de dezenas de jornalistas que foram acompanhar o caso no tribunal.
O representante do MP afirma ter percebido “uma espécie de determinação fria” na postura do agressor, que não tinha passagem pela polícia, mas é membro de associações de praticantes de artes marciais, de admiradores de ritos da Idade Média e também fã de mangás, os quadrinhos de origem japonesa.
Tarel foi imediatamente transferido para uma penitenciária da região. Além da prisão, a Justiça suspendeu seus direitos civis por três anos, o que o impedirá de votar neste período. Ele também fica proibido de prestar concursos públicos para o resto da vida e não poderá deter armas de fogo nos próximos cinco anos. O juiz também ordenou que ele tenha acompanhamento psicológico.
O tapa na cara dado em Macron suscitou indignação entre os políticos franceses de todas as tendências, ainda que o presidente da República tenha mais uma vez relativizado o gesto nesta quinta-feira.
Pouco antes da condenação, em entrevista ao canal BFMTV, Macron denunciou um ato “imbecil”, um “incidente isolado”, como havia qualificado algumas horas depois do ataque na terça-feira (8). O chefe de Estado destacou, no entanto, que esse tipo de violência e o ódio propagado hoje nas redes sociais “não pode ser banalizado”.
Portal Guaíra com informações da RFI