Na tarde de quarta-feira, dia 08, uma reunião informativa foi realizada no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Guaíra, com o propósito de abordar os recentes episódios de queimadas que afetaram o município nos últimos dias. O encontro contou com a presença de autoridades locais e especialistas no campo ambiental.
Da Associação Comercial e Empresarial de Guaíra, participaram Jair Schlemer presidente da entidade, Ghassan Saifeddine Filho, segundo presidente, Cassius Vilande, diretor jurídico da ACIAG e Marcelo Aquino, diretor de eventos e comunicação da entidade.
Entre os presentes do ICMBio, estavam o chefe do Parque Nacional Ilha Grande, Arthur Henrique Sakamoto, o analista ambiental Tércio Abel Pezenti, responsável pelo escritório local, e João Paulo Morita, especialista em manejo do fogo, deslocado de Brasília até Guaíra para fornecer esclarecimentos à comunidade e explorar soluções para a questão da fumaça que tem incomodado a população, especialmente durante a noite.
Como é de conhecimento público, o ICMBio utilizou a técnica de “Queima Prescrita” para reduzir o material combustível e prevenir incêndios descontrolados de grandes proporções. No entanto, condições climáticas adversas resultaram na concentração de fumaça sobre a cidade de Guaíra, gerando incômodo e demandando explicações, particularmente da Associação Comercial e Empresarial de Guaíra (ACIAG).
Os técnicos asseguraram que a queima transcorreu conforme o planejado, com eficácia. Morita explicou que esta foi a primeira implementação em larga escala realizada pela entidade, planejada para uma área de 2 mil hectares, tendo sido queimados até o momento 2,3 mil hectares. No entanto, condições adversas, como elevação da temperatura e baixa pressão atmosférica noturna, contrariaram os estudos prévios.
Arthur Sakamoto mencionou que o ICMBio, em colaboração com o Consórcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do Rio Paraná e Áreas de Influência (CORIPA), notificou todos os parceiros ligados ao Parque Nacional Ilha Grande, mas admitiu falhas na comunicação com autoridades e imprensa em geral.
Morita enfatizou que, apesar das imagens veiculadas pela imprensa evidenciarem animais e abelhas mortas, o impacto foi minimizado, com a preservação das matas ciliares e uma taxa de queima controlada, ainda que a Polícia Federal esteja investigando o caso.
Em relação a alternativas para futuras ações, os técnicos destacaram a “Queima Prescrita” como um método internacionalmente reconhecido, citando exemplos no Brasil. Reconheceram, no entanto, que devido às mudanças climáticas, o controle das queimadas em Guaíra escapou parcialmente do esperado, especialmente em relação à emissão de fumaça.
Morita indicou que ainda existem áreas não queimadas e que a prioridade agora é queimá-las para evitar queimadas graduais, que poderiam gerar mais fumaça. Quanto ao período de incômodo causado pela fumaça e fuligem da queimada, Morita afirmou que tudo depende das condições climáticas, e que os técnicos estão monitorando previsões de mudança climática para o início da próxima semana, com a chegada de chuva e frio, o que indicaria o fim do desconforto.
A diretoria presente da ACIAG, solicitou uma revisão do plano diretor do Parque Nacional Ilha Grande e uma ampla consulta à sociedade para incorporar outros grupos de interesse, como associações e entidades públicas municipais. Os técnicos do ICMBio expressaram o compromisso de usar todos os recursos possíveis para resolver o problema nos próximos dias, suspender as próximas ações, contratar um estudo para avaliar o real impacto da ação e considerar alternativas para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Portal Guaíra via Assessoria