A Guarda Municipal de Guaíra, passou a escoltar ônibus escolares que transportam crianças e adolescentes indígenas da etnia Avá-Guarani.
A medida foi tomada após recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que exigiram reforço imediato no policiamento para evitar ataques durante os trajetos e combater a evasão escolar, uma vez que as crianças deixaram de frequentar as escolas por medo das famílias.
O reforço de segurança ocorre um mês após a morte de Everton Lopes Rodrigues, indígena de 21 anos, encontrado decapitado. No local, havia uma carta que ameaçava novas mortes e ataques diretos a crianças e adolescentes indígenas nos ônibus escolares.
Segundo o MP, a carta dizia: “[…] nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com as vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio.”
Além da escolta dos veículos, a guarda também intensificou rondas nas comunidades Avá-Guarani.
“De imediato adotamos as rondas e estamos acompanhando os ônibus até as aldeias, dentro das possibilidades”, afirmou Cesar Luis de Freitas, superintendente da Guarda Municipal de Guaíra.
A recomendação do MP e MPF também determina que seja elaborado um plano de segurança para pontos de embarque e desembarque, o monitoramento de crimes de racismo e ameaças, presenciais ou virtuais, e a comunicação permanente entre autoridades e lideranças indígenas.
As instituições responsáveis têm 20 dias para apresentar as primeiras providências. O não cumprimento pode resultar em medidas administrativas e judiciais.
Portal Guaíra com informações do G1