Duas obras amplamente anunciadas e esperadas pela comunidade não só de Guaíra, mas também regional, se tornaram uma incógnita se vão se concretizar ou não. Trata-se da revitalização da Ponte Ayrton Senna e da construção de um contorno rodoviário em nosso município. A reportagem é do O Presente.
Em maio de 2022, o governador Ratinho Junior (PSD) desembarcou em Guaíra para assinar a ordem de serviço da revitalização da ponte, cujo investimento, à época, estava orçado em R$ 18,2 milhões a partir de uma parceria entre o governo federal, governo estadual e Itaipu Binacional.
O projeto contemplava a restauração, recuperação, reforço estrutural da ponte e iluminação pública com luminárias LED, em uma extensão de 3,6 quilômetros. Também estava previsto novo pavimento de concreto na rodovia de acesso à ponte no lado paranaense, em uma extensão de 1,1 quilômetro, a partir da Avenida Almirante Tamandaré, totalizando uma extensão de 4,7 quilômetros revitalizados.
Foi declarado vencedor da licitação o Consórcio Ponte Ayrton Senna, formado pelas empresas Gaissler Moreira Engenharia Civil Eirelli e Legnet Engenharia Ltda.
Obra não saiu do papel
O consórcio chegou a instalar o canteiro de obras e estava na iminência de começar o trabalho. Porém, verificou inconsistências no projeto em relação aos valores, que já estariam defasados e, segundo informações extraoficiais, não seria feito um aditamento.
Ao O Presente, o prefeito de Guaíra, Heraldo Trento, diz que o município é apenas testemunha neste processo todo, pois é algo que envolve as esferas nacional e estadual, a partir de um convênio firmado entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Itaipu. Mesmo assim, ele cumpre agenda em Brasília hoje (09) na esperança de articular junto aos políticos uma resolução para o problema.
“A solução está se encaminhando para que haja uma rescisão definitiva deste contrato e que seja reorçado com as devidas correções. Estou em Brasília tratando deste assunto, expondo aos nossos parlamentares federais, de um modo especial ao Sandro Alex, que nos representa também, para encontrarmos uma solução. Eu não sei em que pé vai ficar isso, mas estamos fazendo nosso papel e reivindicando que seja resolvido da melhor forma possível e o mais rápido possível, porque é uma obra importante”, declarou.
Contorno rodoviário
A situação do contorno rodoviário, que desviaria o tráfego pesado do centro de Guaíra, se assemelha com a questão da Ponte Ayrton Senna: tabela do investimento defasada. Porém, neste caso nem chegou a ser feita a licitação.
“Foi assinado o convênio de concessão do Dnit ao DER, que por sua vez apresentou os projetos na Itaipu. Eles (projetos) foram aprovados, mas a tabela (com o orçamento) é de 2019. Passaram-se quatro anos e os valores são outros”, expõe Trento.
De acordo com ele, a dúvida é quem vai pagar a diferença envolvendo o novo custo da obra. “Eu não sei. O município também é apenas testemunha. O Dnit passou a concessão e a responsabilidade para o DER tocar, que por sua vez firmou o convênio com a Itaipu. Passou o tempo e de cara perceberam que os valores não eram coerentes. Não sei como vai terminar essa história, para falar a verdade. Também estamos tratando deste assunto em Brasília”, conclui.
Por Maria Cristina Kunzler/O Presente