Um morador de São Miguel do Oeste, no Oeste catarinense, divide a própria casa com três jibóias e cão. O professor universitário, Jackson Preuss, de 33 anos, apelidou as jiboias da espécie Boa constrictor constrictor, de Morena, Felipex e Jenifer. A cachorra Beca, da raça Blue Riller, completa o quadro de moradores da casa do biólogo.
“Sem dúvidas o que mais dá trabalho é o cachorro. A Beca é um animal extremamente ativo que dá muito mais trabalho. As cobras exigem uma alimentação bem esporádica, uma vez por mês. Elas são animais extremamente tranquilos, já o cachorro precisa de um cuidado diário”, afirma Jackson.
Jenifer é a maior do grupo, com três metros, logo após vem Morena com aproximadamente dois metros e o macho, Felipex, com 1,70 metro.
As jiboias foram adquiridas em um criatório legalizado e que tem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica o biólogo.
Jackson afirma que a decisão de criar os animais exóticos veio com o intuito de que as pessoas tivessem mais contato com serpentes.
“Durante a graduação eu tentava falar sobre as serpentes, mas percebia que as pessoas tinham muito medo, fobias e crendices sobre esses animais. [Isso acontecia] Muito pela pessoas não conhecerem ou nunca terem visto um animal deste. O objetivo de adquiri-las de que as pessoas na nossa região tivessem mais contato com estes animais, conhece-los e perderem o medo”, explica.
Jenifer é a mais velha, tem 16 anos, e foi o primeiro animal da espécie a morar com Jackson. Morena, de 11 anos, e Felipex, de 8, vieram logo depois. O biólogo explica que a estimativa de vida destes animais é de 25 anos.
“As duas fêmeas são criadas no mesmo recinto e o macho é criado em um local separado. Até para evitar problemas de reprodução, o que não permitido pelo órgão ambiental”, disse.
Uso das redes sociais
Com 16 mil seguidores, Jackson faz postagens divertidas e informativas sobre como é viver com os animais em casa. O biólogo aposta na internet para promover a conscientização ambiental.
“Utilizo as redes sociais como um instrumento de divulgação científica. No passado quando se falava em ciência a gente pensava em artigos e laboratórios. Mas percebi que uma importante ferramenta de valorização e divulgação científica são as redes sociais. Esses vídeos são fundamentais e as vezes aproximam das pessoas uma ideia que estava distante delas”, explica.
Cuidados
Por não serem pets habituais, Jackson afirma que alguns cuidados especiais são adotados para garantir a saúde e o conforto dos animais.
A alimentação de Morena, Felipex e Jenifer funciona a base de roedores e coelhos, específicos para este fim, que são comprados já abatidos e congelados pelo tutor.
“Exigem um cuidado diferenciado principalmente com a temperatura, a umidade dos recintos e a dieta dos animais. Além disso, eles precisam de um certo cuidado na hora do manejo. Ser biólogo facilita um pouco nestas questões, justamente porque já tenho esta tática”, conta.
Nascidas em cativeiro, os três animais possuem microhips. Segundo o professor, a dúvida que mais ronda a cabeça das pessoas é em relação a alimentação dos animais.
“Me perguntam muito se os animais [para alimentação] são abatidos ou são vivos. E também se elas são molhadas ou frias. E me perguntam muitas vezes, se elas ficam soltas dentro da minha casa e aí explico que elas ficam presas dentro de recintos”, afirma.
Como os animais não expressam alterações comportamentais em casos de dor ou de algum tipo de doença, o biólogo afirma que atenção deve ser sempre redobrada.
Jackson explica que maneja os bichos, tira do terrário, pelo menos uma vez por semana separadamente dentro de casa.
Portal Guaíra com informações do G1