Haroldo Augusto da Cruz, de 56 anos, sargento aposentado da Polícia Militar (PM) confessou à polícia de ter matado a golpes de faca a ex-esposa na frente da filha de 12 anos.
O crime aconteceu na madrugada de 2 de janeiro. Viviane Aparecida Castro Furlan foi surpreendida na casa onde morava, em Marialva, no norte do Paraná. A criança conseguiu escapar e se abrigou na casa de um vizinho.
O suspeito foi preso sete dias depois, em Formosa do Oeste, a 87 quilômetros de Cascavel, no oeste do estado.
Conforme Haroldo, os golpes foram desferidos várias vezes contra a mulher, que morreu antes da chegada do socorro.
“Eu dei golpe acho que na barriga e acertou bem aqui [nas costas] um golpe”, falou.
Para a polícia, a filha do casal disse que o homem tentou matá-la, mas ela conseguiu escapar e correr em busca de ajuda, mas ele negou os fatos.
O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou, por homicídio quadruplamente qualificado.
O ex-policial foi denunciado por feminicídio, uso de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil. A pena pode ser aumentada pelo crime ter acontecido na frente da filha e pelo descumprimento da medida protetiva que Viviane tinha contra ele.
Ex-policial tentou se matar
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Aldair Oliveira, durante a prisão do suspeito, Haroldo tentou tirar a própria vida com golpes de faca no peito, mas foi detido.
“A Polícia Militar de Formosa do Oeste, ao receber a denúncia, acabou por localizar o suspeito em uma casa. Ele estava escondido e, ao perceber que seria preso, acabou atentando contra a própria vida se esfaqueando”, falou.
Ele foi levado com escolta policial para o hospital de Cascavel com ferimentos.
Não aceitava o fim do relacionamento
Conforme a família da vítima, Haroldo não aceitava o fim do relacionamento. Segundo a polícia, a vítima tinha uma medida protetiva contra ele desde setembro de 2023.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Aldair Oliveira, o suspeito deve responder por feminicídio.
“No final podemos indiciá-lo por um feminicídio consumado e, a depender do acervo probatório, ele também responderá por tentativa de homicídio”, falou.
A filha do casal, de 12 anos, foi segurada pelo suspeito, mas conseguiu escapar e correr para a casa de um vizinho. Ela não ficou ferida.
Quem era o ex-policial militar
Segundo a aspirante Letícia Martins Donadello, do 4º Batalhão de Polícia Militar, o sargento aposentado trabalhou 31 anos na corporação. A última unidade que ele trabalhou foi o 7° Batalhão de Polícia Militar, em Cruzeiro do Oeste.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná (PM-PR), disse que cumpre com a “lei, a ordem e a ética”, e repudia “veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios”.
Disse também que o caso foi isolado e “não reflete os valores e o profissionalismo da corporação”.
Adolescente fugiu para a casa do vizinho, segundo polícia
De acordo com a polícia, a filha do ex-casal, de 12 anos, presenciou toda cena. Ela contou à polícia que tentou impedir que a mãe fosse golpeada, mas foi perseguida pelo homem.
“Ele chegou no local com a faca escondida no bolso. Quando ele conseguiu acessar o quarto da vítima, a filha tentou se colocar entre ele e a vítima para defender a mãe e ele a segurou pelo braço para dar o golpe na ‘criança’ também”, falou o delegado.
De acordo com o delegado, Viviane foi golpeada pelo menos cinco vezes na região do tórax. Ela não resistiu e morreu antes da chegada do socorro.
Portal Guaíra com informações do G1