Uma sucuri-verde foi flagrada cometendo canibalismo contra outra cobra da mesma em espécie em uma lagoa de Lucas do Rio Verde, no norte do estado. A cena da serpente devorando a outra foi registrada na última quinta-feira (3) pelo pescador esportivo Luan Bortoloso Negrini.
Ao G1, Luan contou que ficou impressionado com a cena presenciada.
“Me chamou muita atenção, pois foi uma cena que nunca tinha visto, mesmo com tantos anos de pescaria. Achei que ela [sucuri] tivesse pego um passarinho ou algo do tipo, mas, quando me aproximei, vi que era outra sucuri”, contou.
Luan disse que a cobra maior estava engolindo a menor quando ele e os amigos se aproximaram.
“Tinha ouvido falar que, quando se acasalam, elas se envolvem dessa forma, mas a sucuri maior estava mordendo a cabeça da outra que era bem menor. Para não assustá-la, nós se afastamos do local”, disse.
O biólogo especialista em anacondas, Henrique Abrahão Charles, explicou que as sucuris costumam predar outras serpentes esporadicamente.
“Esse foi um caso clássico de que ela matou a outra sucuri menor para fazer canibalismo”, disse.
Segundo ele, durante o período reprodutivo, vários machos são atraídos pelas fêmeas, que costumam fazê-los de presa.
“Ela é capaz de predar outras cobras. Pelo vídeo não dá para saber se é macho ou fêmea, mas, provavelmente, é uma fêmea predando um macho”, explicou.
O grupo de pescadores disse que voltou ao local depois de um tempo para saber o que tinha acontecido. No local, eles encontraram a cobra menor já morta e a sucuri maior ao lado.
“Ela pode ter se assustado e afastado do local. Depois, ou ela voltou para pegar a presa morta, ou estava apenas pegando um sol e deixou a presa de lado”, explicou o biólogo.
Devido ao seu grande tamanho, a sucuri-verde pode parecer lenta quando em terra, mas, segundo especialistas, na água, é capaz de velocidades surpreendentes. A serpente costuma submergir o corpo e a cabeça completamente após detectar a presa se aproximando.
Depois do bote – com uma mordida -, a sucuri puxa a presa para dentro da água, matando-a por constrição e afogamento e, na sequência, procura a cabeça da presa para iniciar a ingestão.
Como a digestão é muito lenta, depois de uma refeição, a serpente passa muito tempo ao sol.
Portal Guaíra com informações do G1