Ao menos 304 pessoas morreram no Haiti após o terremoto de magnitude 7,2 registrado neste sábado (14), segundo o balanço da defesa civil do país. As cidades de Cayes e Jérémie, no sudoeste da ilha, foram as mais afetadas pelo tremor. Autoridades dizem que centenas de haitianos estão soterrados ou desaparecidos.
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, decretou estado de emergência por 30 dias. Henry lamentou as mortes e disse, em nota, que já mobilizou recursos do governo para dar apoio às vítimas.
“Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos [equivalente a estados] do país”, escreveu Henry.
“Faço um apelo ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos, a fim de nos unirmos para enfrentar esta situação dramática que vivemos”, seguiu o mandatário. “A união faz a força.”
O forte tremor pôde ser sentido também na República Dominicana, Cuba e Jamaica, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, da sigla em inglês).
Segundo a agência americana, não há mais riscos de tsunami na região. Mais cedo, as autoridades chegaram a emitir um alerta para maremotos, mas foi retirado.
O presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou ajuda imediata ao Haiti e designou para a função Samantha Power, diretora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês).
O epicentro do terremoto foi identificado a 8 km da cidade de Petit Trou de Nippes (no oeste da ilha), a cerca de 150 km da capital Porto Príncipe, e a uma profundidade de 10 km.
Um terremoto levemente maior que o ocorrido em 2010, de magnitude 7,0 — diferença de 0,2 na Escala Richter —, que deixou cerca de 300 mil mortos e 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. A expectativa é que o tremor atual não tenha o mesmo impacto do de 2010, que teve seu epicentro muito mais próximo de Porto Príncipe, a parte mais povoada do Haiti, a uma distância de apenas 25km.
Ainda assim, imagens que circulam em redes sociais mostram prédios, fachadas e marquises caídas em partes do país. Há relatos de destruição em ao menos duas cidades.
Relatos de moradores
O brasileiro Neno Garber, diretor do Centro Cultural Brasil-Haiti, mora na capital Porto Príncipe e, em entrevista à GloboNews, falou sobre a apreensão dos haitianos enquanto aguardam atualizações sobre o desastre.
Naomi Verneus, uma moradora de Porto Príncipe, disse em entrevista à agência Associated Press que estava dormindo no momento do terremoto e que foi acordada com sua cama tremendo.
“Acordei e não tive nem tempo de calçar os sapatos”, disse Verneus. “Vivemos o terremoto de 2010 e tudo o que pude fazer foi correr.”
Em Cuba, onde o tremor também foi sentido, o morador de Guantánamo Daniel Ross contou à agência de notícias Reuters que os móveis da sua casa saíram do lugar.
“Todo mundo está realmente com medo”, afirmou Ross. “Já se passaram anos desde que houve um terremoto tão grande assim.”
As autoridades cubanas disseram que não há relatos de danos materiais, mortes ou feridos na ilha. Na Jamaica, os moradores também sentiram o terremoto.
“Eu senti, cara. Ele me acordou. Meu telhado até rangeu”, disse Danny Bailey, que vive em Kingston.
Portal Guaíra com informações do G1