A necessidade do distanciamento social imposta pela pandemia do coronavírus acelerou alguns processos no Brasil, que já eram realidade em outros países. Um destes casos é o da telemedicina, autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por meio do Ofício 1756/2020.
Regulamentada desde o ano passado, a tele medicina que vem se expandindo aos poucos e chega ao Oeste do Paraná no início do mês de agosto por meio do pioneirismo do Grupo Sempre Vida, operadora de planos de saúde que tem sede em Marechal Cândido Rondon e que já traz este serviço para a região de Guaíra, Terra Roxa e Mundo Novo.
Pela tela do celular, tablet ou do computador – com acesso à internet, os beneficiários do Sempre Vida terão à disposição consulta médica de baixa complexidade sete dias por semana e 24 horas por dia, como a que é oferecida no pronto socorro hospitalar. Isso tudo sem sair de casa.
“Não precisa agendar. Sete dias por semana, 24 horas por dia, sem custo adicional e sem nem mesmo pagar coparticipação. Basta o beneficiário acessar o aplicativo que está a disposição e solicitar o pronto atendimento médico”, explica o coordenador de telemedicina do Sempre Vida, Marcelo Suzuki.
Do outro lado da tela, médicos estarão a postos para realizar a consulta. “No cenário brasileiro, 80% das situações que levam os pacientes aos prontos socorros não precisariam chegar ao hospital, como sintomas de gripe, resfriado, dor de garganta, irritação nos olhos, irritação na pele, sintomas de infecção urinária ou gastrointestinais. São situações que o médico pode orientar por telemedicina e que não precisam levar a uma consulta presencial no pronto socorro”, frisa Suzuki.
Além da comodidade de se consultar de qualquer lugar e sem a necessidade de deslocamento até o pronto socorro, a novidade permite ao paciente evitar a exposição ao ambiente hospitalar. “É um procedimento seguro, porque o médico faz o atendimento por videochamada, ocasião em que pode observar o paciente e, a qualquer sinal de alarme, vai encaminhá-lo para o atendimento presencial no pronto socorro”, expõe o coordenador de telemedicina. “A telemedicina cresceu muito na pandemia e não vemos casos de eventos adversos graves por conta de um erro do atendimento ocorrer por tele orientação”, comenta.
O gerente de atendimento do Hospital Rondon, Luiz Eduardo Ribeiro, explica que na consulta on-line o médico pode solicitar exames e o paciente já sai com a receita médica, caso necessário, os quais possuem assinatura e certificação digital. A plataforma dispõe do mais alto grau de segurança, seguindo os protocolos mundiais para garantir que os dados dos pacientes estejam protegidos.
Além disso, ele observa que no primeiro atendimento clínico o profissional pode, inclusive, fazer uma triagem e indicar ao paciente o especialista que deve consultar. “Às vezes o paciente está com dor nas costas e não sabe se o problema é muscular ou ortopédico. Em uma consulta o médico pode orientar qual especialista buscar. Com isso, tende a evitar uma consulta desnecessária ou com profissional errado, pois o médico vai ajudar o paciente a ser encaminhado para o profissional correto”, acrescenta Suzuki.
A plataforma já está disponível aos beneficiários do Sempre Vida desde o dia 2 de agosto e para acessar o paciente precisará baixar o aplicativo Conexa Saúde no celular ou no computador. Para ter acesso à consulta, será preciso ter em mãos o CPF.
Em seguida, o beneficiário entra na fila de espera, que, em média, leva 15 minutos em alguns momentos do dia. “Ressalta-se que o aplicativo não deve ser utilizado para situações de urgência e emergência. Neste caso, o paciente sempre deve buscar diretamente o hospital”, declara Suzuki.
A pandemia fez com que muitos pacientes tivessem receio em buscar o atendimento médico presencial. “A telemedicina evita que o paciente se exponha ao ambiente hospitalar, sendo que muitas vezes os sintomas são de baixa complexidade. Essa medida expandiu muito e é interessante que, das pessoas que utilizam o serviço, a taxa de aprovação é muito alta: 90% dos pacientes que usam o serviço o avaliaram como muito bom e ótimo”, reforça Suzuki.
Para ele, é um caminho sem volta por envolver a comodidade de ter a consulta médica de baixa complexidade à disposição, sem sair de casa, e a avaliação altamente positiva de quem já utilizou o serviço. “Os pacientes querem ter a liberdade de como ser atendido”.
Praticidade, comodidade e queda no fluxo de pacientes nos hospitais. Tudo isso torna o modelo mais eficiente, salienta o gerente de telemedicina. “O pronto socorro é feito para atender casos de urgência e emergência. Quando colocamos o paciente correto no lugar correto, tornamos o modelo de assistência a saúde mais eficiente e temos a oportunidade de tratar os casos mais graves de maneira rápida. Ao tirar os casos de baixa complexidade do pronto socorro, liberamos os recursos para os casos mais graves e que de fato precisam de um atendimento mais ágil”, enaltece Ribeiro.
As informações são do O Presente