Antes de um tiroteio que deixou quatro mortos em Bom Jesus do Sul, no sudoeste do Paraná, envolvidos no caso foram filmados fazendo atividades em um clube de tiro da cidade. A RPC teve acesso com exclusividade às câmeras de segurança que registraram o momento.
Pelas imagens é possível ver que o comerciante Cláudio Silvestre e a esposa Janaína Silvestre ficam oito minutos no local. Eles fazem alguns disparos, registram o momento com o celular e vão embora.
Eles foram duas das quatro vítimas que morreram no tiroteio por conta de uma disputa de terras.
“Não sabemos se enquanto eles estavam ali praticando tiros desportivos, se receberam a informação de que os seus supostos adversários estariam no local ou se passaram lá simplesmente para justificar essa posse da arma. Não é normal marcar um horário no clube e atirar menos de 10 minutos”, disse o delegado do caso, Emerson Ferreira.
Segundo a Polícia Civil, as armas utilizadas no tiroteio estavam regularizadas, mas os envolvidos na troca de tiros não possuíam porte de arma e não poderiam andar armados.
O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro e, de acordo com a polícia, acontece por conta de uma área de terra que está em processo de inventário.
Agora, as investigações da Polícia Civil avançam para descobrir de quem eram as armas usadas no confronto.
De acordo com a polícia, o comerciante Cláudio Silvestre, morto no tiroteio, tinha registro de atirador e as duas armas dele apreendidas no local do confronto estavam legalizadas.
Uma arma calibre 357 e outra calibre 40, usada por ele para disparar contra contra o agricultor Francisco Bini, que conseguiu escapar.
Em depoimento, Paulo Faé, genro do agricultor envolvido na disputa, confessou que atirou no casal. O revólver calibre 40 usado por ele também é registrado.
No caso do comerciante, afirma o delegado, ele só podia carregar a arma de casa até o clube de tiros. A terra da disputa entre o comerciante e o agricultor onde ocorreu o confronto fica longe desse trajeto.
“As pessoas confundem a posse com o porte. A posse te dá direito de ter a tua arma na tua empresa ou na sua residência, essas pessoas estavam de forma irregular”, afirmou o delegado.
O agricultor Francisco Bini disse em depoimento que também estava armado, mas não lembra onde deixou o revolver. Outra arma apreendida foi encontrada no banco do carro da outra vítima do confronto, Acelino Soares, amigo do agricultor.
A defesa do casal Cláudio e Janaína disse que a família está em luto e não vai se manifestar sobre o caso porque quer privacidade. A defesa do agricultor Francisco Bini e do genro dele explicou que só irá se manifestar depois da conclusão do inquérito.
Portal Guaíra com informações do G1