Cinco pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil pela morte de oito pessoas em um engavetamento na BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O acidente aconteceu em agosto de 2020, quando 22 veículos se envolveram em um engavetamento na rodovia. De acordo com a polícia, além dos mortos, 40 pessoas ficaram feridas.
As investigações apontam que o trecho da rodovia estava com baixa visibilidade causada pela fumaça de um incêndio na região.
Quatro funcionários da Ecovia, concessionária que administra o trecho, foram indiciados por homicídio simples e lesão corporal. São eles: Lucian Loreno, Marcel Biscoito, Adriano Fonseca e Andrei Gobi.
Segundo a polícia, os controladores e supervisores de tráfego da concessionária tinham ciência da falta de visibilidade no local não tomaram medidas que pudessem impedir o acidente, como a interdição do trecho.
A Polícia Civil também responsabilizou o caminhoneiro Cláudio Alexandre Serioska pelo acidente. Segundo a investigação, ele trafegava acima do limite de velocidade da pista quando bateu em carros que estavam parados no local e atropelou vítimas.
O motorista foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O acidente
A investigação apontou que as condições de visibilidade eram muito ruins no momento do acidente. O engavetamento começou com uma batida entre cinco carros que viajavam no sentido litoral do Paraná.
Na sequência, com a piora da visibilidade no trecho, um carro e uma motocicleta também bateram no mesmo local.
Por causa das batidas, cerca de outros dez carros pararam no trecho. Vários ocupantes dos veículos desceram dos carros para verificar as batidas.
Em seguida, o caminhão dirigido por Cláudio Alexandre Serioska, sem visibilidade, bateu em vários carros no local e atropelou algumas das vítimas.
De acordo com o laudo pericial, o caminhão trafegava pela pista da direita a 95 km/h. Quando o motorista notou que os carros estavam parados na pista, ele chegou a reduzir a velocidade para 75 km/h, mas não conseguiu evitar a batida.
Segundo o delegado Fábio Machado, todas as testemunhas ouvidas informaram que não havia, antes dos acidentes, qualquer tipo de sinalização no local informando a baixa visibilidade no trecho.
O que dizem os citados
A Ecovia informou que a concessionária e os colaboradores receberam com surpresa o relatório final do inquérito policial. “A concessionária seguirá apresentando sua defesa, firme na consistência das provas existentes no processo”, informou.
A defesa do caminhoneiro Cláudio Alexandre Serioska informou que não vai se manifestar até ter acesso a atualização do processo.
Portal Guaíra com informações do G1