Familiares das quatro crianças mortas após serem atropeladas por uma Kombi no distrito de São Luiz, zona rural de Londrina, afirmaram que estão “sem chão e desestruturados” . O acidente aconteceu no final da tarde de quinta-feira (14), em um trecho da PR-538 localizado na entrada do distrito.
De acordo com a polícia, as crianças estavam caminhando pela rua, com dois adolescentes, quando foram atingidas. As vítimas são duas irmãs e dois irmãos gêmeos:
“Eles eram anjinhos. A família tá arrasada, sem chão. A gente está desesperado. O momento quando a gente acorda, acha que é um pesadelo, e depois volta à realidade e descobre que é mentira. É uma tragédia. Que Deus conforte os nossos corações”, disse Thaís dos Santos Souza, prima dos gêmeos.
Quem são as vítimas
- Kelly Gonçalves Maximo da Silva, 6 anos (morreu no local);
- Kemelly Gonçalves da Silva, 10 anos (morreu no local);
- Adrian Moraes Bueno, 7 anos (morreu no local);
- Vinicius Moraes Bueno, 7 anos (morreu no hospital).
Thaís afirmou que o momento não é de culpar o motorista da Kombi, de 73 anos, que foi preso em flagrante. Ele deve ser indiciado por homicídio com dolo eventual, quando não há intenção de matar, mas a pessoa assume o risco.
“A gente nem sabe o que aconteceu direito. Não estamos julgando o motorista, porque não sabemos o que aconteceu. Não é o momento de colocar a culpa nele. Devia haver um quebra-molas aqui para reduzir a velocidade. Muitas vezes essas tragédias precisam acontecer pro poder público fazer alguma coisa”.
O local onde as crianças foram atropeladas não tem acostamento e nem calçadas.
‘Faziam tudo juntos’, afirma tio
O tio de Adrian e Vinicius, Cícero Gomes, comentou que os irmãos viviam juntos. Ele disse que o pai das crianças estava trabalhando quando foi informado do atropelamento.
“Eu estava em casa e ele trabalhando logo ao lado. A gente ficou sabendo e correu, mas pra quê? Não tinha o que fazer. Eles (gêmeos) viviam juntos, faziam tudo juntos. O distrito parou. Jamais alguém ali vai esquecer do que aconteceu”.
Cícero também cobrou melhorias no local para evitar novos acidentes.
“Ali tem que ter um quebra-molas, algum tipo de redutor. Isso não pode acontecer mais”.
Investigação
O delegado Ernandes Alves, da Polícia Civil de Londrina, que investiga o atropelamento, explicou que, após verificações preliminares, o motorista da Kombi trafegava em uma velocidade acima da permitida na via.
“O impacto se deu em frente a uma placa que indicava que havia uma lombada. Nesse local, a velocidade deve ser de 20 km/h e pelo impacto, pela violência que o veículo atingiu as crianças, certamente estaria ali em uma velocidade muito superior”.
Segundo a Polícia Militar (PM), a documentação do veículo está regular. A defesa do condutor entrou com um pedido de liberdade na Justiça, que ainda não analisou o caso.
Portal Guaíra com informações do G1