O julgamento dos réus acusados de homicídio no caso do incêndio da boate Kiss começa nesta quarta-feira (1º). Depois de quase nove anos de espera, o júri vai decidir o destino dos quatro denunciados pelo Ministério Público: os dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor cultural Luciano Bonilha, da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local na noite da tragédia.
O julgamento é considerado o maior tribunal do júri da história do Rio Grande do Sul e um dos mais importantes do país. “No Brasil, tivemos poucos casos dessa magnitude, com essa gravidade e impacto social”, diz o desembargador Antônio Vinícius Amaro da Silveira, presidente do Conselho de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
O incêndio, que ocorreu no dia 27 de janeiro de 2013, deixou 242 mortos e outros 636 feridos, sendo a segunda maior tragédia brasileira em número de mortos como consequência de fogo e fumaça. É também a quinta do país por todas as causas, a terceira do mundo em casas noturnas e a maior do país nos últimos 50 anos.
O que espera o MP-RS
No inquérito policial, 28 pessoas foram indiciadas, mas apenas quatro foram acusadas pelo MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul). A promotora de Justiça Lúcia Helena Calegari afirmou que o órgão pedirá a prisão e a condenação dos quatro réus acusados de homicídio simples no caso da tragédia.
“Minha preocupação é que o julgamento tenha início, meio e fim, que a gente comece e termine nos dias que forem necessários. Imagino que tenhamos 15 dias com um resultado que a sociedade espera: a condenação. Condenar é pouco, estamos falando de um processo que se arrasta no tempo, pessoas que passaram quatro meses presas. O MP está dizendo que vai pedir a prisão e a condenação dos quatro. Não se está falando em vingança, está se falando em justiça”, afirmou a promotora.
As informações são do R7.com