O dono de um Centro de tratamento holístico foi preso suspeito de usar o ambiente para liderar uma seita que promete a cura de doenças em troca de relações sexuais em Campinas, no noroeste de São Paulo. O homem aplicava o golpe há 10 anos e acumulou cerca de R$ 6 milhões de reais manipulando seus pacientes.
De acordo com a promotora do caso Adriana Vacare Tezine, o suspeito fazia as vítimas acreditarem que estavam se tratando e, dessa forma, conseguia manipular o consentimento delas. “Elas acabavam permitindo a prática desses atos porque realmente acreditavam que estavam sob algum tipo de tratamento”, disse.
“Ele dizia para eu me entregar e não pensar que estava errado […] Eu nunca tinha feito nenhum tipo de terapia que eu fosse tocada, mas ele tocou”, contou uma das vítimas.
Um casal relata humilhação, prejuízos financeiros e emocionais. “Eu fui manipulado por muito tempo”, afirma o homem. A companheira, junto ao rapaz, diz que os abusos psicológicos ficaram extremamente claros, mas sexuais não.
As denúncias contra o “profissional” vieram à tona em um momento de expansão do espaço. Segundo relatos dos frequentadores, o local ficou pequeno para tanta gente. O cálculo é que mais de 500 pessoas participavam das consultas e também dos cursos, que chegavam a custar R$7 mil.
Com o dinheiro conquistado através da confiança de seus pacientes, o novo imóvel que seria usado para a prática foi avaliado em R$2.300.000,00.
“Ele tem três imóveis que nós sabemos até agora. Um sítio em Pinhalzinho que tem construção de 500 metros de área construída, uma casa aqui em Sousas que vale R $1 milhão e ele tem uma construção onde seria o novo templo”, conta José Roberto Rocha Soares, delegado do caso.
Investigações
A polícia chegou até a esposa do homem, que diz não ter participação no crime. Porém, de acordo com o delegado José Roberto Rocha Soares, existem depoimentos de que a mulher tinha conhecimento das ações do marido. A polícia calcula que a renda mensal do casal, chegava a R$70 mil.
A polícia e o Ministério Público identificaram nove vítimas do crime de violação sexual mediante fraude. O número deve crescer nos próximos dias e a expectativa é que o suspeito cumpra cinco anos de cadeia para cada caso, visto que as penas serão somadas pela justiça.
Portal Guaíra com informações do R7
